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terça-feira, 30 de junho de 2020

LIVRO DE EDUARDO BUENO BRASIL : UMA HISTÓRIA CINCO SÉCULOS DE UM PAÍS EM CONSTRUÇÃO

POSTAGEM 26

“Brasil uma história” é um rico panorama de toda a história do Brasil, do descobrimento em 1550 ao governo lula em 2010. O relançamento desta obra – revista e ampliada – marca, também, o retorno de um escritor best –seller às livrarias. Eduardo Bueno. O autor que criou e divulgou o gênero de obras sobre a História do Brasil com uma linguagem interessante e atraente para todos. Como o próprio Eduardo gosta de explicar, seu principal objetivo é tirar a História da sala de aula – essa história que, muitas vezes, é tão maçante e chata. E apresenta-la como algo vivo e dinâmico, uma aventura da qual participamos.

Eduardo Bueno




EDUARDO BUENO é escritor, jornalista, editor e tradutor, com a coleção Brasilis, que reúne A viagem do descobrimento, Náufragos, traficantes e degredados, capitães do Brasil e a coroa, a cruz e a espada, tornou-se o primeiro autor brasileiro a emplacar simultaneamente quatro títulos entre os cinco primeiros nas listas de mais vendidos dos principais jornais e revistas do país. Eduardo Bueno também traduziu 22 livros, sendo o principal deles o clássico On the Road – pé na estrada, de jack Kerouac, que marcou o desembarque da “literatura beat” no Brasil, com 30 anos de atraso, Ao longo das décadas de 1980 e 1990, editou mais de 200 títulos, de autores brasileiros e estrangeiros, tendo colaborado com algumas das principais editoras brasileiras, como jornalista, trabalhou nos principais veículos de comunicação, entre eles a Rede Globo, a TV cultura, a TVE – RS e os jornais O Estado de São Paulo e Zero Hora. Já dirigiu e estrelou um programa sobre história do Brasil no Fantástico, da TV Globo, e foi o primeiro apresentador do Historu Channel no Brasil. Eduardo Bueno ganhou dezenas de prêmios, dentre eles o Jabuti, em 1999, e a ordem do Mérito Cultural concedida pelo Ministério da cultura do governo federal.

LIVROS : COLEÇÃO DE EDUARDO BUENO ( TERRAS BRASILIS )

POSTAGENS 25

A VIAGEM DO DESCOBRIMENTO - BRASILIS VOL 01


Entre na caravela de Cabral. circule por entre soldados e marujos, pilotos Árabes e astrólogos judeus, intérpretes hindus e nobres lusitanos. Descubra o que comiam e quanto ganhavam esses homens. Viaje com eles por mares tempestuosos e calmarias enervantes. Saiba que força politica e econômicas, moviam a esquadra que chegou ao Brasil, mergulhando no mundo da Escola de Sagres e do Infante D. Henrique - Um herdeiro dos Cavaleiros Templários. Este livro busca o relato da nossa história como uma grande aventura - em que homens precisaram vencer seus limites na busca de um novo mundo. 

NÁUFRAGOS, TRAFICANTES E DEGREDADOS VOL II




Segundo volume da coleção Terra Brasilis, que se tornou um dos maiores sucessos editoriais do país neste ano – O livro abre a série. A viagem do Descobrimento, liderou as listas de mais vendidos – Náufragos, traficantes e Desgredados, de Eduardo Bueno, revela, com dramaticidade e riqueza de detalhes, um dos períodos mais empolgantes, porém menos abordados, na nossa história -  As primeiras expedições ao Brasil, que ocorreram em seguida à descoberta, de 1500 a 1531. Eduardo Bueno fez uma pesquisa minuciosa em documentos de época, como os diários de bordo, relatos de viagem e fragmentos de cartas, para reconstituir, com precisão e vivacidade, a incrível saga enfrentada pelos primeiros homens brancos que viveram no país.

Os que vieram parar nas praias brasileiras pelo acaso de um naufrágio, os que chegaram nas primeiras missões de exploração, os condenados ao degredo e os que simplesmente decidiram fica no Brasil por livre e espontânea vontade. Conhecer a história desses homens – vários deles casados com as filhas dos principais chefes indígenas, exercendo importantes papel na tribo e intermediando o comércio com as potências europeias – é indispensável para se entender os rumos do futuro país. Nessa galeria de personagens extraordinárias, figura- chave na ocupação e colonização do Brasil, vamos encontrar, além do monológico, Caramuru e de João Ramalho, outros bem menos conhecidos, como o misterioso Bacharel de Cananéia, primeiro grande traficante de escravos do Brasil, o Grumete Francisco Del Puerto, que viveu 14 anos entre os nativos do prata e depois traiu os europeus, ou o intrépido Aleixo Garcia, que em 1524 marchou de Santa Catarina, com um exército particular de dois mil índios, para atacar as cidades limítrofes do império Inca. Ao resgatar o papel desempenhado por estes, que podemos considerar os primeiros brasileiros. Bueno ilumina as três décadas esquecidas de nossa história oficial, período em que, entre outros fatos de grande destaque, o Brasil adquiriu seu nome e serviu de modelo para a Utopia, de Thomas Morus.



Capitães do Brasil: A saga dos primeiros colonizadores


Quem foram os primeiros colonizadores do Brasil? por que foram designados para assumir as grandes propriedades de terra e que missão esses donatários iriam desempenhar na nova colônia?
Os doze escolhidos, nomeados capitães do Brasil, eram conquistadores que lutaram na África ou na Índia, militares, funcionários graduados – todos ligados à coroa portuguesa do ´século XVI. Esses homens deixaram tudo para trás a fim de se tornarem os representantes da metrópole no extenso e longínquo território além – mar.

Suas histórias marcadas por incríveis aventuras – mas também por grandes tragédias. Alguns desses capitães venderam todos os seus bens para se mudar para as capitanias e acabaram perdendo tudo ao chegar aqui, Um morreu no mar. Outro foi acusado de heresia e preso por seus próprios colonos. Houve até um que foi devorado por um Tupinambá.

Este livro narra a surpreendente saga de capitães do Brasil no período de 1530 a 1550, revelando os jogos de poder, a ambição e o projeto da coroa portuguesa para a colônia do outro lado do Atlântico, virtualmente abandonada desde a expedição de Cabral.

Capitães do Brasil é o terceiro volume de coleção Brasilis, que alcançou a marca de 1 milhão de exemplares vendidos e inaugurou um estilo leve, crítico e divertido de contar a história de nosso país.

A COROA A CRUZ E A ESPADA VOL IV



LEIA UM TRECHO DO LIVRO
INTRODUÇÃO

Restavam apenas destroços. Ainda assim, tão logo a caravela comandada por Gramatão Teles contornou a ponta do padrão e penetrou na baía de todos os Santos, o capitão e seus homens avistaram a Vila do Pereira – ou o que sobrava dela.
A antiga povoação se erguia numa pequena enseada na margem esquerda da baía, bem próxima à saída para o oceano. Antes mesmo de desembarcar, os recém – chegados devem ter percebido que, virtualmente, nada poderia ser aproveitado do vilarejo que fora a sede da capitania da Bahia.

A torre do Pereira, um prédio de pedra e cal com dois andares de altura, jazia em ruínas. Depois de meses jogando na praia, os quatro canhões que a guarneciam tinham sido levados por franceses que recolhiam pau – brasil à revelia das leis de Portugal. Da cerca de toras, a antiga
” tranqueira” de pau a pique erguida ao redor do vilarejo, sobravam apenas troncos calcinados.
As casas de barro e palha haviam sido arrasadas, e as casas de pedra, chamuscadas e sem telhado, só abrigavam insetos. Quando o vento soprava de sudeste, portas e janelas batiam lugubremente.
A desoladora visão que a vila do Pereira oferecia naquele princípio de verão de 1549 era um retrato em cores dramáticas da situação em que se encontravam as demais capitanias espalhadas pelo litoral do Brasil. Implantado 15 anos antes, em março de 1534, o regime das donatarias surgira como a solução mais engenhosa para dar início à ocupação da América portuguesa. Com a sua atenção e os recursos do tesouro Régio voltados para as riquezas do Oriente, o rei D. João III e seus conselheiros haviam transferido para a iniciativa particular a responsabilidade de ocupar o vasto território sul – americano, até então praticamente abandonado trinta anos após a descoberta de Cabral.

Nas remotas capitanias do Norte, as tentativas de ocupação tinham redundado em naufrágios e tragédias, e elas nunca chegaram a ser colonizadas. Em duas outras donatarias a revolta dos indígenas contra os abusos dos colonos provocara devastação: Ilhéus (cedida a Jorge de Figueiredo Correia, tesoureiro do reino). Havia sido atacada pelos ferozes Aimoré, e São Tomé (que pertencia ao capitão Pero de Góis) fora destruída pelos ainda mais temíveis Goitacá. As capitanias de Itamaracá e do Espirito Santo estavam nas mãos de comerciantes ilegais de pau brasil. Tanto portugueses como franceses, enquanto porto Seguro se achava à beira de uma guerra civil, com seu donatário, Pero do Campo Tourinho, preso pelos colonos e, após um processo espúrio, enviado a ferros para os tribunais da inquisição em Lisboa, isolada nas lonjuras do litoral sul, São Vicente sobrevivia aduras penas. Nos três lotes restantes, sequer houve tentativas de ocupação: a capitania do Ceará (que pertencia ao funcionário do tesouro Régio Antônio Cardoso de Barros), o lote do Rio de Janeiro (que era parte da capitania de São Vicente e pertencia ao fidalgo Martim Afonso de Souza) e a capitania de Sant’Ana (hoje Paraná e Santa Catarina, do militar Pero Lopes de Souza, irmão de Martim Afonso) permaneceram abandonadas por seus donatários.




Eduardo Bueno


EDUARDO BUENO é escritor, jornalista, editor e tradutor, com a coleção Brasilis, que reúne A viagem do descobrimento, Náufragos, traficantes e degredados, capitães do Brasil e a coroa, a cruz e a espada, tornou-se o primeiro autor brasileiro a emplacar simultaneamente quatro títulos entre os cinco primeiros nas listas de mais vendidos dos principais jornais e revistas do país. Eduardo Bueno também traduziu 22 livros, sendo o principal deles o clássico On the Road – pé na estrada, de jack Kerouac, que marcou o desembarque da “literatura beat” no Brasil, com 30 anos de atraso, Ao longo das décadas de 1980 e 1990, editou mais de 200 títulos, de autores brasileiros e estrangeiros, tendo colaborado com algumas das principais editoras brasileiras, como jornalista, trabalhou nos principais veículos de comunicação, entre eles a Rede Globo, a TV cultura, a TVE – RS e os jornais O Estado de São Paulo e Zero Hora. Já dirigiu e estrelou um programa sobre história do Brasil no Fantástico, da TV Globo, e foi o primeiro apresentador do Historu Channel no Brasil. Eduardo Bueno ganhou dezenas de prêmios, dentre eles o Jabuti, em 1999, e a ordem do Mérito Cultural concedida pelo Ministério da cultura do governo federal.



Guia Mitologia Romana

POSTAGENS 24



Para entender os mitos Romanos, este guia traz uma visão geral da História e da Religião da Antiga Roma e reconta as lendas primordiais da cidade: A queda de Tróia,,  Oráculo, o retorno de Eneias, o crime de Túlia, o Estupro de Lucrécia e a queda de veios.

domingo, 28 de junho de 2020

livro: Escravidão volume I

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LAURENTINO GOMES
ESCRAVIDÃO VOLUME 1




Depois de receber diversos prêmios e vender mais de 2,5 milhões de exemplares no Brasil, em Portugal e nos Estados Unidos com a série 1808, 1822 e 1889, o escritor Laurentino Gomes dedica-se a uma nova trilogia de livros – reportagem, desta vez sobre a história da escravidão no Brasil. Resultado de seis anos de pesquisas e observações, que incluíram viagens por doze países e três continentes, este primeiro volume cobre um período de 250 anos, do primeiro leilão de cativos africanos registrados em Portugal, na manhã de 8 de agosto de 1444, até a morte de Zumbi dos Palmares.
Entre outros aspectos, a obra explica as raízes da escravidão humana da antiguidade e na própria África antes da chegada dos portugueses, o início do tráfico de cativos para as Américas e suas razões, os números, os bastidores e os lucros do negócio negreiro, além da trajetória de alguns de seus personagens mais importantes, como o Infante Dom Henrique, patrono das grandes navegações e descobrimentos do século XV e também um dos primeiros grandes traficantes de escravos no atlântico.
Esta é uma história de dor e sofrimento cujos traços ainda são visíveis atualmente em muitos dos locais visitados pelo autor, como Luanda, em Angola, Ajudá, no Benim, cidade Velha em Cabo Verde, Liverpool, na Inglaterra, e o cais do Valongo, no Rio de Janeiro.
Os dois volumes seguintes, a serem publicados até as vésperas do bicentenário da independência Brasileira, em 2022, serão dedicados ao século XVIII, O AUGE DO Tráfico de escravos, e ao movimento abolicionista que resultou na lei Áurea de 13 de maio de 1888, chegando até o persistente legado da escravidão que ainda hoje assombra o futuro dos brasileiros.





informações extras


 A relação contraditória do Brasil com a África tem profundas raízes históricas e pode ser observada ainda nos dias atuais no próprio continente africano. Os primeiros soberanos a reconhecer a independência brasileira, em 1822, foram dois reis africanos: o obá Osenwede, do Daomé (atual Benim), e o ologum Ajan, de Lagos (hoje cidade da Nigéria).* Eram ambos grandes exportadores de escravos. Na direção oposta, em 11 de novembro de 1975, o Brasil tornou-se o primeiro país a reconhecer Angola como um país independente, decisão que causou surpresa, levando-se em conta que o novo país nascia sob a bandeira marxista do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), enquanto os brasileiros viviam sob uma ditadura militar inaugurada em 1964 com o pretexto de combater o comunismo

“O Brasil foi o maior território escravista do hemisfério ocidental por quase três séculos e meio. Recebeu, sozinho, quase 5 milhões de africanos cativos, 40% do total de 12,5 milhões embarcados para a América. Como resultado, é atualmente o segundo país de maior população negra ou de origem africana do mundo.

Os afrodescendentes brasileiros, classificados nos censos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) como pretos e pardos, somam hoje cerca de 115 milhões de pessoas, número inferior apenas à população da Nigéria, de 190 milhões de habitantes, e superior à da Etiópia, o segundo país africano mais populoso, com 105 milhões.

 O Brasil foi também a nação que mais tempo resistiu a acabar com o tráfico negreiro e o último a abolir oficialmente o cativeiro no continente americano, em 1888 — quinze anos depois de Porto Rico e dois depois de Cuba”.

O tráfico de africanos escravizados no Brasil começou por volta de 1535, algumas décadas depois da chegada da esquadra de Pedro Álvares Cabral à Bahia, em 1500. O objetivo inicial do comércio de gente era fornecer mão de obra para a indústria do açúcar no Nordeste, a primeira importante atividade econômica colonial, mas rapidamente se propagou por todos os segmentos da sociedade e da economia. 

Três séculos mais tarde, na época da Independência, praticamente todos os brasileiros livres eram donos de escravos, incluindo inúmeros ex-cativos que também tinham seus próprios cativos. A presença de africanos nas ruas e lavouras brasileiras surpreendia os viajantes que por aqui passavam.

 No interior do país, eram agricultores, tropeiros, marinheiros, pescadores, vaqueiros, mineradores de ouro e diamante, capangas e seguranças de fazendas. Nas cidades, trabalhavam como empregados domésticos, sapateiros, marceneiros, vendedores ambulantes, carregadores de gente e mercadoria, açougueiros, entre muitas outras funções. A escravidão é um fenômeno tão antigo quanto a própria história da humanidade.

No mundo inteiro, desde a mais remota Antiguidade, da Babilônia ao Império Romano, da China Imperial ao Egito dos Faraós, das conquistas do Islã na Idade Média aos povos pré-colombianos da América, milhões de seres humanos foram comprados e vendidos como escravos. Provinham de todas as regiões, raças e linhagens étnicas, incluindo eslavos (designação que originou a palavra “escravo”) de olhos azuis das regiões do Mar Báltico.

 A descoberta e a ocupação de um novo continente pelos europeus na virada do século XV para o XVI, porém, adicionaria ingredientes inteiramente novos a essa história.

 Nada foi tão volumoso, organizado, sistemático e prolongado quanto o tráfico negreiro para o Novo Mundo: durou três séculos e meio, promoveu a imigração forçada de milhões de seres humanos, envolveu dois oceanos (Atlântico e Índico), quatro continentes (Europa, África, América e Ásia) e quase todos os países da Europa e reinos africanos, além de árabes e indianos que dele participaram indiretamente.

 Além disso, redesenhou a demografia e a cultura da América, cujos habitantes originais, os indígenas, foram dizimados e substituídos por negros escravizados. Até 1820, para cada branco europeu que aportava no continente americano, chegavam outros quatro africanos cativos.
Também, pela primeira vez, escravidão se tornou sinônimo da cor de pele negra, origem da segregação e do preconceito racial que ainda hoje assustam e perturbam a convivência entre as pessoas em muitos países, caso do Brasil e dos Estados Unidos.

Até meados do século XIX, com exceção dos próprios cativos, quase todos os demais seres humanos estiveram envolvidos, participaram ou lucraram com o tráfico negreiro, incluindo reis e chefes africanos, que forneciam escravos para seus parceiros europeus. 

Na Europa, o negócio do tráfico negreiro nunca foi restrito aos países mais ativos na colonização da América, caso de Portugal, da Espanha e Inglaterra. Entre os demais participantes, estavam os alemães, os italianos, os suecos e os dinamarqueses

A Inglaterra, baluarte do abolicionismo no século XIX, fora a maior traficante de escravos no século anterior. Por volta de 1780, os ingleses transportavam em média 35 mil cativos por ano da África, numa frota de aproximadamente noventa navios negreiros. 

O primeiro grande traficante inglês, John Hawkins, tinha como sócia ninguém menos do que a rainha Elizabeth I, a mesma soberana que foi a mecenas do poeta William Shakespeare. 

 Fernando, rei da Espanha, chamado de “Atleta de Cristo” pelo papa Alexandre VI, assinou o primeiro assiento, alvará de licença para o transporte de escravos em larga escala para o Império Colonial Espanhol na América.

Hoje, parece inconcebível que algo de tamanhas proporções tenha ocorrido. A história, porém, demonstra que, para os europeus, a ideia de que a escravidão seria inaceitável do ponto de vista moral desabrochou apenas no finalzinho do século XVIII, com o nascimento do abolicionismo britânico.

 “Antes disso, a compra e a venda de seres humanos eram tão comuns e naturais quanto o comércio de quaisquer outras mercadorias e produtos”, observaram os historiadores David Eltis e David Richardson.

 “A participação no tráfico negreiro no Atlântico até o século XIX era definida pela oportunidade, e não pela moralidade.”  Cabe acrescentar que a abolição do cativeiro na América não significou o fim da escravidão em outras partes do mundo.

 Até recentemente, diversos Estados ainda mantinham a instituição. Os últimos a aboli-la legalmente foram a Etiópia, em 1942; o Marrocos, em 1956; a Arábia Saudita, em 1962; e a Mauritânia, em 2007. 

 Em resumo, a escravidão ainda existia e era oficialmente tolerada até pouco mais de uma década atrás, neste mesmo século XXI, quando a imensa maioria dos seres humanos hoje vivos já tinha nascido.


Estima que existam, hoje, mais escravos no mundo do que em qualquer período durante os 350 anos de escravidão africana na América. Seriam 40 milhões de pessoas vivendo nessas condições — ou seja, mais do que o triplo do total de cativos traficados no Atlântico até meados do século XIX. Segundo os dados da mesma instituição, cerca de 800 mil pessoas são traficadas internacionalmente ou mantidas sob alguma forma de cativeiro, impossibilitadas de retornar livremente e por seus próprios meios aos locais de origem.

 Nada disso é surpreendente, considerando-se o alto índice de pobreza prevalente no planeta: calculase que, em todo o mundo, 3,4 bilhões de seres humanos (quase a metade do total da população) sobrevivam com uma renda igual ou inferior a 3,20 dólares por dia, o equivalente a pouco mais de 12 reais, valor insuficiente para assegurar as necessidades mínimas de alimentação, moradia e outros cuidados básicos.


Oficialmente, a escravidão acabou em 1888, mas o Brasil jamais se empenhou, de fato, em resolver “o problema do negro”, segundo expressão usada pelo próprio Nina Rodrigues. Liberdade nunca significou, para os ex-escravos e seus descendentes, oportunidade de mobilidade social ou melhoria de vida. Nunca tiveram acesso a terras, bons empregos, moradias decentes, educação, assistência de saúde e outras oportunidades disponíveis para os brancos. Nunca foram tratados como cidadãos. Os resultados aparecem nas estatísticas a respeito da profunda e perigosa desigualdade social no país:

“Durante a campanha abolicionista que empolgou o país na segunda metade do século XIX, o pernambucano Joaquim Nabuco dizia que os brasileiros estariam condenados a permanecer no atraso enquanto não resolvessem de forma satisfatória a herança escravocrata. Para ele, não bastava libertar os escravos. Era preciso incorporá-los à sociedade como cidadãos de pleno direito.”

 Num período de apenas cem anos, mais de 6 milhões de seres humanos foram traficados da África para a América, dos quais 2 milhões (um terço do total) vieram só para o Brasil.

“Escravo” é uma palavra de uso consagrado nos dois mais importantes dicionários brasileiros, o Aurélio e o Houaiss, onde aparece como “aquele que, privado da liberdade, está submetido à vontade de um senhor, a quem pertence como propriedade”.

sexta-feira, 26 de junho de 2020

Dicionário Mulheres do Brasil

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Dicionário Mulheres do Brasil
de 1.500 até a atualidade, Biográfico e ilustrado
Schuma Schmather, ÉRICO Vital Brazil





Com cerca de 900 verbetes, 270 ilustrações e índice cronológico, esse dicionário torna-se referência obrigatória para o estudo da história brasileira. 

De Abigail Andrade e Zuzu Angel - passado por Bertha Lutz, Clarice Lispecto, Escrava Anastácia, Princesa Leopoldina e inúmeras  mulheres até então atrás dos panos - ?, são resgatado 500 anos de lutas e conquista de direitos.

" contar a história do Brasil pelo olhar feminino é certamente um meio de redescobri-lo. É tornar visível o papael da mulher protagonista da construção do país", Ruth Cardoso". 

" Projeto muito importante por propor uma pesquisa original sobre personagens femininos da história do Brasil, principalmente porque a bibliografia nunca deu muita importância às mulheres",

Ronaldo Vainfas, professor titulas de Història da UFF.

livro: HISTÓRIA DA ALIMENTAÇÃO

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HISTÓRIA DA ALIMENTAÇÃO

Por Massimo Montanari ( autor) Jean Louis Flandrin ( autor) Luciano Viera Machado ( tradutor )

Tratado histórico e antropológico sobre a alimentação, desde a Pré história até os dias de hoje apresentado de forma cronológica e dissertando sobre a dietética contra a gastronomia etc. Livro fundamental para historiadores sociólogos e defensores das boas causas gastronômicas, por 42 destacados especialistas. Dois ricos cadernos de ilustrações coloridas.


DICIONÁRIO DA IDADE MÉDIA

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A idade Média, conhecida pela grande maioria dos brasileiros como o “período das trevas”, é geralmente associada à repressão e a violência. Este dicionário pretende desfazer este equivoco grosseiro e mostrar que no bojo da idade média gerou-se o mundo moderno.
Ele fornece uma apresentação do pensamento atual sobre os protagonistas, eventos e temas principais relacionados com a história da Europa – desde a Escandinávia até o Oriente Médio – entre os anos de 400 e 1500, aproximadamente. Estabelecendo um equilíbrio entre verbetes concisos sobre batalhas, tratados, indivíduos e localizações principais e um tratamento mais discursivos de t´picos de maior interesse, o Dicionário da Idade Média serve de guia estimulante tanto para principiantes como para especialistas a fim de habilitar o leitor a seguir estimulante tanto para principiantes como para especialistas
A fim de habilitar o leitor a seguir uma linha criativa de investigação de verbetes para verbetes, as remissões foram especialmente organizadas para auxiliar a liberdade de movimento dentro do texto, sem prejudicar a legibilidade. Enriquecida por ilustrações escolhidas por seu interesse documental, por mapas e quadros genealógicos, além de completa e atualizada bibliografia, esta edição brasileira do dicionário da idade média não deve faltar em nenhuma biblioteca.
“A riqueza da obra é extraordinária. Os colaboradores são notáveis em apresentar a época medieval como uma verdadeira fonte de riqueza e benefícios à civilização ocidental” 

JORNAL DO COMERCIO. 

“O Dicionário da idade média é, sem qualquer sombra de dúvida, uma obra de fundamental importância além de oportuna, pois representa autêntico mapa para se compreender os mais diversos aspectos, personagens, instituições, processos e criações de um período cada vez mais pesquisado pelos historiadores e pelos centros universitários de vários países, principalmente da Europa”

CORREIO DA BAHIA

“É Tudo feito com grande cuidado, os critérios para a seleção dos verbetes, o zelo pela informação precisa, a exposição sintética das matérias polêmicas, sem falar na qualidade de impressão e da tradução”.

JORNAL DO BRASIL.

LIVRO: AS ORIGENS DO SEXO

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LIVRO: AS ORIGENS DO SEXO
UMA HISTÓRIA DA PRIMEIRA REVOLUÇÃO SEXUAL



Foram 20 anos de pesquisa, consultando de obras artísticas e diários pessoais a registros criminais e tratados filosóficos, antes que Faramerz Dabholala finalizasse seu livro. As origens do sexo: uma história da primeira revolução sexual, que a biblioteca Azul lança no Brasil.

No livro, Dabholwala alterna a perspectiva histórica com trajetória individuais de muitos homens e mulheres para compreender a evolução da forma como o homem encara – e pratica – o sexo ao longo da história, com destaque para a mudança de paradigmas trazida pelo iluminismo, que suscitou a primeira grande revolução sexual do ocidente, segundo o pesquisador, professor de Oxford e membro da Royal Historical Society. Dabholala, mostra em as origens do sexo que, desde o início da história humana, quase todas as civilizações prescreveram leis severas contra algum tipo de imoralidade sexual, mas foi a partir da idade média que o sexo ilícito foi tratado com crescente vigor como crime público.

A revolução sexual teve início com a derrocada da disciplina pública, fruto da Reforma Religiosa e do conflito que se estabeleceu a partir dela, quando o sexo consensual fora do casamento foi aos poucos passando para a esfera do privado, além da coerção legal. Mas foi o iluminismo que mudou definitivamente a maneira como a sociedade via o sexo.

 O modo de pensar iluminista alterou as noções de religião, verdade natureza e moralidade de quase toda a população transformando atitudes e comportamentos. Essa maior pluralidade de visões morais teve como efeito o avanço da liberdade sexual ao longo do século XVIII. Essa mudança radical lançou os alicerces da cultura sexual até hoje.


O iluminismo varreu uma visão de mundo mais investida de autoridade, trazendo novas perspectivas e algumas tensões irresolúveis que fazem parte da condição moderna o crescimento da liberdade sexual, o predomínio do modo urbano de viver e discutir sexo, a noção de que os homens são por natureza mais sexualmente ativos e as mulheres mais passivas, uma associação entre moral e classe, a distinção entre público e privado, comportamento natural e antinatural, pornografia e celebridade.

FILME: O NOME DA ROSA

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EM NOME DA ROSA




Um monge franciscano investiga uma série de assassinatos em um remoto mosteiro italiano. Isso provoca uma  guerra ideológica entre os franciscanos e os dominicanos. Enquanto o monge lentamente soluciona os misteriosos assassinatos.


FILME: EM NOME DE DEUS

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FILME EM NOME DE DEUS.




Em Nome de Deus foi lançado em 1988, tem direção de Cliver Donner, é um filme que atende ao gênero: drama, o romance é histórico.

Em nome de DEUS se passa na França no século 18. Um romance histórico baseado em fatos reais mostra a Igreja Católica numa época em que os dogmas eram a base para a cristandade. Pedro Abelardo (1079 - 1142) um teólogo e professor de filosofia, conhecido por suas teorias polemicas que, chegou ser acusado de praticar heresia e é nesse momento que Abelardo é convidado para dar aula na escola de Notre - Dame. A primeira universidade livre da França é quando conhece Heloísa, (1100 - 1164) uma nobre garota por quem ele vive um amor proibido pela Igreja. Porque Abelardo é um teólogo e tem seus votos com o celibato e mais tarde pelo tio de Heloísa o cônego Fulbert, um nobre que detêm a guarda de Heloísa e quer que ela se case com outro nobre dono de vários castelos em toda a França.
 A força do amor entre os dois coloca em choque os dogmas da Igreja, uma vez que um teólogo jamais pode se envolver com uma dama e ao se apaixonar perdidamente um pelo outro eles se tornam " humanos" ( com sentimentos e prazeres ) e deixam o amor falar mais alto. Heloísa engravida de Pedro, rompendo com os paradigmas da Igreja na Idade Média.

Mas nem por isso a Igeja os deixou em paz, quando Heloísa foi para pallet no interior da França para esconder uma gravídez ficando aos cuidados da irmã de Abelardo

Depois eles se casam às escuras e antes mesmo de consumarem seu casamento, Abelardo é pego e castrado a mando do tio de Heloísa. Os dois ficam sem se falar e trocam suas juras de amor através de cartas. Ela vai para o convento de Santa Maria em Argenteul e ele constrói um mosteiro ao lado do convento, mas mesmo assim só se falam por cartas. Fica claro que os dois acabaram por atender os anseios da Igreja e terminam suas vidas trabalhando em prol de uma Igreja mais madura e consciente dos atos humanos,

" Aberlardo morre aos 63 anos em 1142 e Heloísa ergueiu um grande sepulcro em sua homenagem, e faleceu algum tempo depois, sendo, por iniciativa se suas alunas, sepultada ao lado de Abelardo".

E se falam ainda que" ao abrirem à sepultura de ABerlardo, para ali depositarem Heloísa, encontraram seu corpo ainda intacto e de braços abertos, como se estivesse aguardando a chegada de Heloísa.

OBS: O resumo é uma abreviação de um texto feito sobre o filme pelo autor: PS Arantes.




FILME: O SÉTIMO SELO

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FILME O SÉTIMO SELO





SINOPSE
Não recomendo para menores de 16 anos

Após dez anos, um cavaleiro ( Max Von Sydow) retorna das Cruzadas e encontra o país devastado pela peste negra. Sua fé em DEUS é sensivelmente abalada e enquanto reflete sobre o significado da vida, a Morte ( Bent Ekerot) surge à sua frente querendo leva-lo, pois chegou a sua hora. Objetivando ganhar tempo, convida-a para um jogo de xadrez que decidirá se ele parte com a Morte ou não, Tudo depende da sua vitória no jogo e a Morte concorda com o desafio, já que não perde nunca.

FILME: FUGA DE SOBIBOR O CAMPO DO INFERNO

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 filme "Fuga de Sobibor, 1987".🍃📚🌿🎞️📹🎥📽️💿💿


20/06/1942. Segunda Guerra Mundial: Acontece a mais espetacular fuga de prisioneiros no campo de concentração de Auschwitz. 


A primeira fuga de Auschwitz ocorreu logo em seus primórdios, em 6 de julho de 1940, quando o polonês Tadeusz Wiejowski fugiu com a ajuda de trabalhadores civis poloneses empregados do campo.

Pelo menos 802 prisioneiros – 757 homens e 45 mulheres – tentaram escapar de Auschwitz durante seus anos de funcionamento, dos quais 144 foram bem-sucedidos. O destino de 331 deles é até hoje desconhecido. Uma punição comum para os que tentavam fugir era a morte por inanição; as famílias daqueles que conseguiam escapar eram muitas vezes presas e internadas, exibidas com destaque pelo campo para inibir os outros. Sempre que alguém conseguia realmente escapar, a SS escolhia aleatoriamente dez prisioneiros do alojamento de onde havia ocorrido a fuga e os fazia passar fome até morrer.

A mais espetacular fuga de Auschwitz-Birkenau ocorreu em 20 de junho de 1942, quando três poloneses e um ucraniano fizeram uma fuga ousada. Os quatro escaparam vestidos de guardas SS, armados e num carro oficial, um Steyr 220, roubado do próprio comandante do campo, Rudolf Höß. Os fugitivos levaram com eles um relatório sobre as condições do campo escrito por Witold Pilecki. Nenhum deles jamais foi capturado.



Fonte: http://www.ricardoorlandini.net/hoje_historia/ver/56643/segunda-guerra-mundial-acontece-a-mais-espetacular-fuga-de-prisioneiros-no-campo-de-concentracao-de-auschwitz


quinta-feira, 25 de junho de 2020

LIVRO: O TIRADENTES UMA BIOGRAFIA DE JOAQUIM JOSÉ DA SILVA XAVIER


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Tiradentes : uma biografia de Joaquim José da Silva Xavier


Apropriada para os mais diferentes fins desde o começo do período republicano, a figura de Tiradentes adquiriu o status de mito, mas curiosamente não havia ainda uma narrativa histórica que tivesse por centro a sua vida. Uma das causas dessa ausência é sem duvida a parca documentação disponível sobre o " mártir da inconfidência. "

É de grande dimensão o resultado obtido por Lucas Figueiredo: com recursos a uma pesquisa abrangente em acervos nacionais e estrangeiro, e às descobertas mais recentes da historiografia, o autor reconstitui a trajetória do alferes, desde a sua experiencia familiar, os anos de juventude, quando foi mascate, o trabalho no baixo escalão dos oficiais - enfrentando as engrenagens da burocracia estatal - , o oficio paralelo de tratar (e tirar) dentes, até seu envolvimento na Conjuração Mineira.
 Em paralelo, descortina-se um retrato vivido das Minas Gerais e do Rio de Janeiro do Século XVIII: seus personagens, acontecimentos,e a circulação dos ideais revolucionários.
Deixando para trás as especulações e os relatos fabricados, e unindo verve literária e rigor histórico, este livro é um trabalho impar de investigação, que dá a Tiradentes a dimensão humana apagada na formação de sua história.

Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, foi um mártir da Inconfidência Mineira e seu dia é celebrado em 21 de abril desde 1965. Ele foi enforcado em 21 de abril de 1792, na praça da Lampadosa ( atual Praça Tiradentes ),  no Rio de Janeiro.


praça Tiradentes centro do Rio de Janeiro


Tiradentes esquartejado, de Pedro Américo, 2,70 X 1,65 M, 1893, Museu Procópio, Juiz de Fora, MG


Segundo a historiadora de arte, Maraliz Christo, a tela de Pedro Américo foi rejeitada pela critica em sua primeira aparição pública, no Rio de Janeiro, em 1893.O quadro, longe de mostrar um herói em ação, o retrata morto, aos pedaços, fugindo dos cânones republicanos de sugerir uma visão de futuro, do herói vivo ou revivido nos ideais do novo regime que se implantava. A imagem assustadora de Tiradentes esquartejado foi adquirida pela prefeitura de Juiz de fora por intermédio de um vereador que coordenava o Museu Mariano Procópio. Lá permaneceu esquecida por cinquenta anos quando, em 1943, foi reproduzida no livro biográfico de Pedro Américo, escrito por Cardoso de Oliveira.

livro biográfico de Pedro Américo, escrito por Cardoso de Oliveira


A tela de Pedro Américo traz, contudo, alguns símbolos que reforçam a representação mítica de Tiradentes. Além da aparência de Cristo, o crucifixo ao lado da cabeça reforça a semelhança do herói martirizado com Jesus supliciado. A cabeça decepada e o corpo esquartejado sobre o cadafalso, como sobre um altar, destacam a violência do sistema colonial e também evocam a traição de que Tiradentes fora vítima. Traído por Joaquim Silvério dos Reis, o novo Judas, e também pelos companheiros que se acovardaram e deixaram cair sobre ele toda a culpa. Culpa que ele assumiu de boa vontade – fatos que calavam profundamente no sentimento popular, marcado pela religiosidade cristã.
A pintura de Pedro Américo deu continuidade à mitificação e heroicização de Tiradentes. Em 1949, Portinari pintou “Os despojos de Tiradentes no caminho de Minas” mantendo a aproximação com a simbologia religiosa. O painel mostra os pedaços do corpo pendendo de postes e mulheres ajoelhadas que lembram a cena do Calvário.


Painel Tiradentes, detalhe, Cândido Portinari, 1949, Salão do Memorial da América Latina, SP.

 A força do mito atravessou décadas e marcou outras datas contemporâneas: a inauguração de Brasília, a nova capital da República, em 1960 e o anúncio da morte de Tancredo Neves, o primeiro presidente civil eleito depois do regime militar. A notícia do óbito presidencial, em 21 de abril de 1985, associou Tiradentes ao presidente que prometia a instauração da liberdade e a democracia. Três dias depois, comentava Eliakim Araújo no programa Globo Repórter (24/04/1985): “Esta noite, quando a histórica São João Del Rei enterrou o seu presidente, reuniu num só destino dois filhos ilustre de seu chão: Tancredo de Almeida Neves e Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Patrono cívico da Nação brasileira”. O mito alimentava outro mito.


Diferente do que mostram as imagens dos livros didáticos, Tiradentes nunca usou barba e cabelos longos, por ser militar, o máximo que poderia usar era um discreto bigode. Na hora do enforcamento, ele estava de cabelo raspado e barba feita, Após o enforcamento, seu corpo foi esquartejado. As 4 partes foram postas em alforjes com salmora, para serem exibidas no caminho entre Rio de Janeiro e Minas Gerais. Sua cabeça ficou exposta em um poste, em praça pública. Na terceira noite, foi roubada e nunca mais encontrada. A casa de Tiradentes em Vila Rica foi demolida e o chão,salgado para que nada brotasse naquele solo.




Análise gráfica de Tiradentes Esquartejado: O infográfico acima traz mais detalhes sobre o quadro

terça-feira, 23 de junho de 2020

TEXTO: GUERRA DE CANUDOS, FILME CANUDOS, LIVRO OS SERTÕES

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Canudos era uma pequena aldeia que surgiu durante o século 18 às margens do rio Vaza-Barris. Com a chegada de Antônio Conselheiro em 1893, começou a crescer, mas a situação na região, era precária devido às secas e pobreza, ocasionando varios distúrbios. Aos poucos, construiu-se em torno de Antônio Conselheiro e seus adeptos tiveram os nomes ligados à uma imagem equivocada de que todos eram "perigosos monarquistas" a serviço de potências estrangeiras, ainda mais para justificar o fato do Exército Brasileiro sair derrotado em três expedições, incluindo uma comandada pelo Coronel Antônio Moreira César, também conhecido como "corta-cabeças" pela fama de ter mandado executar mais de cem pessoas na repressão à Revolução Federalista em Santa Catarina, expedição que contou com mais de mil homens.
A derrota das tropas do Exército nas primeiras expedições contra o povoado apavorou o país, e deu legitimidade para a perpetração deste massacre que culminou com a morte de mais de seis mil sertanejos. Todas as casas foram queimadas e destruídas.



FILME GUERRA DE CANUDOS







LIVRO SOBRE CANUDOS


No árido arraial de Canudos, no sertão baiano, organizou-se, em meados da década de 1890, uma comunidade de pessoas pobre, seguidoras do líder religioso Antônio Conselheiro. Estima-se que tenha chegado a 25 mil indivíduos. Era uma sociedade à margem do estado baiano e da jovem República brasileira.

O descumprimento de pequena leis e o descontentamento com questões relativas a impostos provocaram a ira do governo, que respondeu enviando tropas estaduais e a seguir federais para esmagar o povoado.

Euclides da Cunha ( 1866 - 1909 ) visitou o palco do conflito em 1897 como correspondente do jornal O Estado de São Paulo. Até então, a noticia que se tinha do longínquo embate era de sertanejos selvagens, fanáticos religiosos e antirrepublicanos. Após retornar ao centro do país, Euclides reagiu a maior parte que que viria a ser OS SERTÕES, publicado pela primeira vez em 1902.

Decorrido mais de um século de sua publicação e da Guerra de Canudos, esta obra peculiar e grandiosa, misto de reportagem de guerra, ensaio documental - histórico e libelo politico, continua sendo um texto fundamental para se entender o Brasil de ontem e de hoje.



LINK PARA BAIXAR O LIVRO EM ( PDF )

RESUMO DE OS SERTÕES DE EUCLIDES DA CUNHA + GUERRA DE CANUDOS

CLERIO AROUCA: CANUDOS FÉ E FOGO ( PDF )


1ª ATIVIDADE 

Assistir o filme e fazer uma   resenha sob sua  VISÃO CRITICA DA POLITICA DA ÉPOCA DA HISTÓRIA DO BRASIL REPUBLICANO.

segunda-feira, 22 de junho de 2020

5 VIDEOS: BRASIL PARALELO

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VIDEOS BRASIL PARALELO 






REVISTA: CAPITALISMO X SOCIALISMO ( OS SISTEMAS QUE DIVIDIRAM O MUNDO )

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REVISTA DE HISTÓRIA 



                                       Os sistemas que dividiram o mundo.
                                       Como e em que contexto nasceram os dois ideais.
                                      As diferenças que deram origem à Guerra Fria.
                                      O que defendem os partidários de cada lado?
                                      Os principais autores e teóricos de cada ideologia.
                                      As influências desses pensamentos na atualidade.
                                      É possível criar uma terceira via que concilie as duas ideias?

FILME: A GUERRA DO FOGO

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FILME A GUERRA DO FOGO




Na pré - história, a pouco desenvolvida a tribo Ulam é composta por menbros que se comunicam por gestos e grunhidos e acreditam que o fogo é sobrenatural. Quando a fonte única de calor se apaga após um ataque, três guerreiros saem numa jornada em busca de outra chama e acabam conhecendo os Ivaka, grupo com hábitos avançados e comunicação complexa, além do domínio da produção do mítico fogo



REVISTA DE HISTÓRIA

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REVISTA DE HISTÓRIA


Ensinar História atualmente não é uma tarefa simples. Em um mundo em rápida transformação, mudam o aluno, a escola e o ensino. Como lidar com essas mudanças? O que mudar na história e no seu ensino? O que é relevante no conteúdo? Como tornar a aprendizagem mais interessante? Neste livro, os autores discutem estas e outras questões, procurando apontar novos caminhos na complexa arte de ensinar/aprender História.




            

    
         

LIVRO: O QUE É HISTÓRIA DE VAVY PACHECO BORGES


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Há muito que a História está, no Brasil, confinada à prisão das escolas e universidades. Encontra-se, pois, afastada de sua principal finalidade - levar o ser humano a refletir sobre as formas de vida e de organização social em todos os tempos e espaços, procurando compreender e explicar suas causas e implicações. E uma vez que presente e passado estão indissociavelmente ligados à História, o ensino e o estudo dessa disciplina se tornam imprescindíveis para o perfeito entendimento dos tempos modernos.

LIVRO: HISTÓRIA DO BRASIL: Carlos Guilherme Mota/ Adriana Lopez

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HISTÓRIA DO BRASIL


Das migrações dos povos indígenas na época pré-cabralina até os governos de FHC, Lula e Dilma, esta premiada História do Brasil: uma interpretação - agora em edição revista e atualizada - abarca toda a trajetória do país unindo visão crítica, capacidade de síntese e um olhar renovado sobre a nossa história. O livro acompanha passo a passo os fatos e personagens que marcaram a nação, na Colônia, no Império e na República, e oferece ao leitor uma discussão aprofundada sobre os impasses de nosso desenvolvimento e a persistência de formas de pensar que têm impedido a real modernização da sociedade brasileira.

O historiador Carlos Guilherme Mota nasceu em São Paulo, em 1941, e é professor titular de História Contemporânea da FFLCH-USP e de História da Cultura na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie. Foi professor colaborador na pós-graduação da Escola de Direito da FGV-SP, fundador e primeiro diretor do Instituto de Estudos Avançados da USP (1986-1988), e diretor da Biblioteca Brasiliana Guita e José Mindlin (2014). Em 2009 recebeu o título de Professor Emérito da Universidade de São Paulo, e em 2011 ganhou o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto da obra.

  é historiadora pós-graduada pela Universidade de São Paulo e autora de A América dos libertadores (Ática, 1998), Franceses e tupinambás na Terra do Brasil (Senac-SP, 2001), Guerra, açúcar e religião no Brasil dos holandeses (Senac-SP, 2002) e De cães a lobos-do-mar: súditos ingleses no Brasil (Senac-SP, 2007), entre outros. Com Carlos Guilherme Mota, escreveu História do Brasil: uma interpretação (Senac-SP, 2008), livro que recebeu o Prêmio Jabuti de Ciências Humanas em 2009.



Café com Notícia 19 de Fevereiro 2021

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