POSTAGEM 56
Entre inúmeras peças abrigadas no
Museu Nacional do Rio de Janeiro, destruído por incêndio iniciado na noite de
domingo (3/9). O crânio de Luzia e sua reconstituição facial são duas das
perdas mais lamentadas por pesquisadores brasileiro. Paulo Knauss, diretor do
Museu. Histórico Nacional, também no Rio de Janeiro, classificou a perda de
Luzia como “inestimável para todos os interessados em civilização”
Luzia é de inestimável valor
cientifico por se tratar do mais antigo fóssil humano já encontrado no Brasil e
nas Américas. O Crânio, pertence a uma mulher que viveu há mais de 11 mil anos,
foi descoberto em uma gruta da região de Lagoa Santa em Minas Gerais, em 1975,
e é fundamental para se compreender como ocorreu
a ocupação do continente americano.
Na verdade, a descoberta de Luzia
é o principal problema para os cientistas que defendem a tese de que o Homo
Sapiens chegou ao continente cerca de 11,2 mil anos atrás, a partir do Estreito
de Bering. Essa Teoria ganhou força depois de artefatos de uma cultura chamada
Clóvis serem encontrados em um sítio do Novo México (EUA), no fim da década de
1920. Assim, por muito tempo, acreditou-se que esses norte – americanos constituíram
o primeiro povoamento das Américas.
No entanto, com a descoberta de
Luzia, a teoria dos “Clovistas” perdeu força, porque, na velocidade com que se
deslocava naquela época, seria impossível para o homem chegar tão rapidamente à
América do Sul, argumentam pesquisadores que se opõem a essa explicação.
A existência de Luzia, diz, esse
grupo, sugere que o Homo Sapiens atravessou o Estreito de Bering antes do povo
Clóvis, há cerca de 14 mil ou 15 mil anos, e com o tempo, migrou para o sul.
Entre os cientistas que mais colaboraram para o fortalecimento dessa segunda
teoria está o biólogo, antropólogo e arqueólogo brasileiro Walter Neves,
responsável por batizar Luzia, nome escolhido em referência ao Australopiteco
Etiope Lucy, fóssil de humanoide mais antigo já encontrado no mundo. Segundo
ele, Luzia e várias outras descobertas, como novos fóssil de humanoide mais
antigo já encontrado no mundo. Segundo ele Luzia é Várias outras descobertas,
como novos fósseis, objetos e artes rupestres descobertos no Brasil e no Chile,
representam um duro golpe na teoria Clovistas.
Uma mulher de 20 anos. Estudos de
datação apontaram que o fóssil abrigado no Museu Nacional era uma mulher que
estava na faixa dos 20 anos quando morreu, tinha 1.5m de altura e possuía traços
negroides, com nariz largo e olhos arredondados. A reconstituição de seu rosto
foi feita em 1999, por pesquisadores da Universidade de Manchester, na Inglaterra
que usaram como base o crânio.
O fóssil gerou ainda a denominação
povo de Luzia que se refere aos primeiros homens e mulheres que habitaram a
região arqueológica de Lagoa Santa.
Porém sabe-se, hoje que o grupo
ao qual Luzia pertenceu foi apenas um dos vários povos que viveram no lugar em diferentes
períodos, vivendo de caça de animais de pequeno e médio portes e da coleta dos
recursos vegetais disponíveis na região.
Tudo isso faz que Luzia seja um
tesouro não só brasileiro, mas mundial, uma peça – chave da História Humana,
avalia Mercedes Okmura, coordenadora do laboratório de Estudos Evolutivo da
Universidade de São Paulo (USP). “É uma situação extremamente decepcionante,
porque esses materiais não pertencem apenas ao museu, mas à humanidade, Todos perdem,
não só o Rio de Janeiro “, afirma. “Acredito que Luzia tenha sido uma das peças
mais icônicas perdidas nessa tragédia. Ela faz parte da discussão dos
povoamentos das Américas, fez com que discutíssemos mais esse tema e foi uma
das maiores fontes de produção cientifica do país”.
Completa. Correio
Bazilienese.
O Brasil concede uma
significativa contribuição proveniente de seus diversos sítios arqueológicos.
Entre os estados que apresentam antigos vestígios da presença humana podemos
destacar primeiramente os estados do Piauí, Minas Gerais e as regiões litorâneas
do Centro – Sul do país.
Em são Raimundo Nonato (PI), um
grupo de arqueólogos liderados por Niêde Guidon, notificou a presença de facas,
machados e fogueiras com cerca de 48 mil anos de existência. Entre as
principais conclusões desses estudos, destaca-se a presença de comunidades
coletivas que caçavam e utilizavam o fogo para protegerem-se e alimentar-se.
Na
região de Lagoa Santa (MG) é o local onde está registrado uma das mais notórias
descobertas da arqueologia nacional. Foi ali que se achou o mais antigo fóssil
das AMÉRICAS, Trata-se do crânio feminino que existiu há cerca de 11.500anos,
Pesquisa desenvolvidas a partir desse fóssil (apelidado de Luzia) abriram
portas para novas teorias sobre o processo de ocupação no continente.
Os
traços negroides de Luzia levantam a suspeita de uma onda migratória da
Oceania, responsável pela ocupação do nosso continente.
Próxima
das regiões de rio e no litoral do Brasil existe outro conjunto de vestígios
pré – históricos, neste lugares, montes de conchas e esqueletos de peixes
conferem a existência de comunidades inteiras que sobreviviam da pesca.
Também
conhecidos como povos Sambaquis, essas populações foram usualmente detectadas
no Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo. No ano de
2001, o mais antigo Sambaqui brasileiro foi encontrado em Vale do Ribeira (SP)
nas regiões do interior do Brasil também são encontrados riquíssimos sítios arqueológicos
os chamados “cemitérios dos índios” são na verdade, vestígios de antigas civilizações
do território brasileiro.
Ali
encontramos grandes aldeias que realizavam sofisticados rituais funerários.
Datados com cerca de mil anos, esses povos possuíam uma cultura bastante
diferente das dos Sambaquis.
Ainda
na região Amazônica temos relato sobre um outro conjunto de povos pré _
histórico, designado como integrantes da civilização Marajoara, esses povos
deixaram interessantes vestígios materiais.
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