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terça-feira, 14 de julho de 2020

Dicionario da Escravidão e Liberdade / Lilia Moritz Schwarcz e Flávio dos Santos Gomes

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SINOPSE

“Para comemorar criticamente os 130 anos da abolição da escravidão, cinquenta textos dos maiores especialistas no tema. Um panorama abrangente de como a escravidão se enraizou perversamente em nosso cotidiano.
A meia centena de ensaios concisos que Lilia Moritz Schwarcz e Flávio dos Santos Gomes reuniram nesta volume, com título e intenção de ser um dicionário temático, mostra a grande quantidade de faces que compõem o que é um poliedro em movimento. Cada um desses textos convida a novos textos, a novas pesquisas, a aprofundamentos, a novas comparações e a contestações.
Não faltam neste livro parágrafos sobre a espera, a busca e a obtenção da liberdade, sobre a liberdade como antônimo de escravidão, mas que com ela coexiste para a ela se opor. Se estes ensaios nos dizem que o passado é sem esperança de conserto, eles não nos deixam esquecer que não há sombra sem luz;

“Do prefácio de Alberto da Costa e Silva “


Sobre os autores:

Lilia Moritz Schwarcz é professora titular do departamento de Antropologia da USP e Global Scholar na Universidade de Princeton. É autora entre outros livros. O espetáculo das raças
(Companhia das Letras), 1983. E Farrar Strauss & Giroux 1999), as barbas do Imperador (1998), (prêmio Jabuti/livro do ano, e Farrar Strauss & Giroux, 2004), O sol do Brasil (2008, prêmio Jabuti/Biografia 2009), Brasil: uma Biografia (com Heloísa Murgel Starling: Companhia das Letras, 2015, indicado ao prêmio Jabuti/Ciência Humanas) e Lima Barreto: Triste visionário (Companhia das Letra, 2017).

Flávio Dos Santos Gomes é professor da UFRJ, atuando também nos programas de pós Graduação em história comparada (UFRJ) e história (UFBa). Foi agraciado duas vezes com o prêmio Literário casa de las Américas, do Instituto Casa de Las América (Cuba), SENDO MENÇÃO HONROSA EM 2006 (pelo livro O Alufá Rufino, em coautoria com João José Reis e Joaquim de Carvalho). Tem publicado dezenas de livros, coletâneas e artigos em periódicos nacionais e estrangeiros, atuando na área de Brasil colonial e ´pôs – colonial, escravidão, Amazônia, fronteiras e campesinato negro

Livro: Brasil uma Biografia / Llia Mortz Schwarcz (autor) Heloísa Murgel Starling (autor)

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Com linguagem Fluente, acesso a documentação inédita e profundo rigor na pesquisa, Llia Mortz Schwarcz e Heloísa Murgel Starling traçam um retrato de corpo inteiro do país, e mostram que o Brasil bem merecia uma nova história. Edição como novo pós –escrito das autoras.

Aliando textos acessíveis e agradável, vasta documentação original e rica iconografia, Lilia Moritz Schwarcz e Heloísa Starling propõem uma nova (e pouco convencional) história do Brasil.
Nessa travessia de mais de quinhentos anos, se debruçam não somente sobre “grande História” mas também sobre o cotidiano, a expressão artística e a cultura, as minorias, os ciclos econômicos e os conflitos sociais (muitas vezes subvertendo as datas e os eventos consagrados pela tradição). No fundo da cena, mantém ainda diálogo constante com aqueles autores que, antes delas, se lançaram na difícil empreitada de tentar interpretar ou, pelo menos, entender o Brasil.


A história que surge dessas páginas é a de um longo processo de embates e avanços sociais inconclusos, em que a construção falhadas da cidadania, a herança contraditória da mestiçagem e a violência aparecem como traços persistentes.

Esta edição inclui novo pós – escritos das autoras, que joga luz sobre a situação recente do país: a democracia posta em xeque, os desdobramentos da manifestações populares e o impeachment de Dilma Rousseff, entre outros acontecimentos marcantes dos últimos anos.


Fundamentos da Educação

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No atual estagio do desenvolvimento da educação brasileira muito foi acrescentado nos quesitos legislação, fundamentação e procedimento da educação básica posto que o controle educacional seja feito pelas instituições publicas instituídas.

 E como é o proceder no que diz respeito à legislação e organização da educação básica?
 Como se desenvolve a educação na prática em relação à lei e as diretrizes vigentes? 

É com intuito de desvelar e, é buscando acrescentar um ponto a discussão sobre a educação básica, no que concerne a lei e ao proceder pela lei que o tema da fundamentação legal deu azo a o trabalho ora apresentado. Levando em consideração questionamentos pertinentes a educação e considerando a evolução do sentido da própria educação, escolheu-se como tema para o trabalho: Princípios, fundamentos legais e procedimentos da educação básica.

 No desenvolvimento da educação muitos são os elementos, atores e situações envolvidas. Desde a elaboração de uma proposta nacional, passando pelos pensadores de educação e finalizando no fazer do profissional na sala de aula, onde se materializa toda a teoria. Com o passar dos períodos ditos sócio históricos, muito se tem produzido em educação, um amalgama de teorias e ideias permeia este ramo do conhecimento. Assim compreender e conhecer estas teorias são fundamentais. Tanto para o cidadão enquanto membro de um determinado grupo, ainda mais para profissionais ou futuros profissionais.

O objetivo geral é analisar a teórica aplicação e funcionalidades nas instituições. E tendo como objetivos específicos, comprovar se as ações propostas nos documentos legais se fazem cumprir, verificando o grau de conhecimento por parte dos professores e demais agente educacionais relativo à documentação estudada, através de uma pesquisa de campo.

 No percurso do desenvolvimento da educação brasileira, houve e ainda há percalços e barreiras para que efetive de forma aceitável uma educação que contribua de maneira justa na construção de um novo modelo social, onde todos são iguais. E isto só se conseguirá quando todos os benefícios que estiverem assentados no papel fizerem parte do cotidiano escolar. A lei e a Educação, no Brasil devem caminhar juntas objetivando sempre uma melhoria, tanto da qualidade do ensino, como dos benefícios e ganho real dos educadores. Não há que se construir algo sólido e duradouro apenas com leis instituídas, mas sim com trabalho e estudo.


A HISTORIA DA HUMANIDADE RELACIONADA A HISTORIA DA EDUCAÇÃO 

A historia da humanidade está interligada a historia da educação. Ao falarmos da historia da educação escolar, entende-se que a escola surgiu a partir de uma necessidade social. No surgimento da escola a partir dessa necessidade social, alguns conteúdos, alguns currículos em algumas áreas dos conhecimentos foram sendo pensados para serem trabalhadas dentro desse universo escolar.

 Dessa maneira podemos afirmar que a historia da educação não esta desvinculada da historia do mundo, ou seja, da historia desses seres humanos que construíram varias tecnologias, vários abtates e também vários valores.

 Esse estudo é imprescindível para que possamos conhecer todo o processo em que se desenvolveu a educação e a própria sociedade. Para o futuro educador é necessário que se tenha embasamento, ferramentas a que recorrer para incrementarmos a prática pedagógica em sala de aula.

 A história da educação subsidia, mostrando o que foi feito, o que está sendo produzido, e possibilita pensar no que se fará no campo educacional a partir do momento presente. Nesse contexto é importantíssimo identificar quais os princípios que fluência o pensar sobre o processo educacional. O ser humano sempre ira construir algo para suprir suas necessidades, no decorrer da historia da humanidade a qual sempre foi construída através de uma determinada pessoa (mulher ou homem) em relação ao seu cotidiano.

 Educação Primitiva

 No período primitivo não havia escolas formais e tão poucos métodos de educação. Nessa época o conhecimento era passado de geração para geração, mais não através da escrita e sim através da oralidade e também pela imitação.

 Professores no período primitivo eram os chefes de família e em seguidas os sacerdotes, ou seja, eram professores leigos, ao qual não existia formação alguma para o cargo.

 Para o filósofo Aristóteles, ele sustenta que para o ser humano saber alguma coisa, ele teria que imitar, por essa razão sua característica é a imitação. [...] “A educação tem raízes amargas, mas os frutos são doces”. (Aristóteles). 

No período primitivo a educação dos jovens, torna-se a ferramenta principal para a sobrevivência do grupo e alicerce para pôr em ação a comunicação e prolongamento da cultura.

 Através da imitação, aprende-se ou ensina o manejo com as armas, caças, colheita, a fala, cerimônia aos mortos, às técnicas de mudança e conhecimento do meio ambiente.

 Educação Oriental

 A educação oriental foi trabalhada pela transição entre a sociedade primitiva, ou seja, iniciou-se a civilização. Nesse período surgiu à escrita com o domínio da linguagem na literatura, surgiram também cidades, estado e organização politica.

Na região comumente chamada de Oriente, a educação se iniciava em casa com os entes mais velhos. O conhecimento, as ideias e principalmente os conceitos que eram a base destas sociedades eram transmitidos oralmente.

 Na Índia, na China, ao se fazer uma comparação com pensamento ocidental chega-se a conclusão que a educação oriental permite mais variedade e tolerância quando se trata de conclusões filosóficas. Dessa forma, os pensadores indianos não aceitam a conclusão das ciências como verdade absoluta, pois nestas nações o misticismo e a ciências se alternavam e isto era plangente na educação.

 As crianças eram ensinadas não só apenas tópicos práticos, conhecimentos úteis para realizar determinada tarefa ou determinada função (oleiro, carpinteiro, cervejeiro...), mas também, e mais importante à filosofia e a concepção de mundo, vida, espírito e alma concebidos pelos mestres e pensadores, como Buda e Krishina. 

Na concepção educacional destes povos, havia um alto grau de severidade. Um aluno tinha que obedecer e seguir a seu mestre em todos os sentidos. Não eram incomuns os castigos físicos a que se submetiam os alunos, nesta concepção educacional. Um número variado de escolas se desenvolveu nesta época, havia escolas particulares fundadas por gurus. Neste contexto também se desenvolveu um modelo de ensino superior, que atraía aqueles que buscavam a elevação espiritual.

 Educação Grega 

Na Grécia Clássica, a educação era permitida somente aos indivíduos das classes ditas superiores. Do nascimento aos cincos anos a criança era criada de maneira que pudesse desenvolver um crescimento sadio, tanto físico, como espiritual. Dava-se atenção especial ao desenvolvimento do corpo, para que a criança estivesse pronta para tolerar os embates e as adversidades de ordem física. [..] “O período seguinte dura até a idade de cinco anos; durante esse período não se deve fazer qualquer exigência de estudo ou trabalho a criança, para que seu crescimento não seja impedido; e deve haver movimentação para impedir que os membros se tornem inativa.

 Isso só pode ser garantido, entre outras formas, através da diversão, mas não deve ser vulgar, cansativa ou descomedida. Os Diretores de Educação, como são chamados, devem ter cuidado aos contos ou histórias que as crianças ouvem, pois as brincadeiras das crianças destinam a preparar o caminho para as ocupações posteriores da vida e devem ser, em sua maioria, imitações das ocupações que as crianças terão mais tarde, seriamente.

 Estão errados aqueles que (como Platão), nas Leis, tentem impedir o choro e gritos altos das crianças, pois eles contribuem para seu crescimento e, e de certa forma, exercitam-lhes os corpos. Forçar a voz tem efeito semelhante ao produzido pela retenção do fôlego em esforços violentos. Entre outros deveres, o Diretor deve dar atenção à criação das crianças e cuidar para que elas sejam deixadas o mínimo possível com escravos. Pois até os sete anos de idade as crianças têm de viver em casa; e, por isso, mesmo nessa tenra idade, tudo o que mesquinho e vil deve ser banido de suas vistas e de seus ouvidos.” (Mayer1976).

A educação grega tinha como objetivo principal guiar os educandos, os jovens de modo que lês pudessem assumir o controle da sociedade vigente. Ela não se ocupava apenas de um conceito particular do homem, mas do desenvolvimento de todas as suas capacidades- físicas morais e intelectuais.

 Em seus ideais, a educação grega dava ênfase à moderação e a uma concepção equilibrada do homem e de seus poderes intelectuais. Valoriza a arte como corporificação concreta de alguma verdade, proporciona para o sujeito homem ou mulher a refletir sobre suas atitudes e sua também constituição de ser humano no contexto onde se está inserido. 

Na Grécia não havia uma teologia infalível. Não havia um padrão de moral e de religião. Os gregos acreditavam na livre indagação, dessa forma, lançaram as sementes de nosso próprio desenvolvimento intelectual. Na educação grega eles defendiam o individual do ser humano como principio, e preparava a educação para a cidadania.

 Mais só era considerados cidadãos (homens livres) quem fosse grego de verdade (apenas 10%) no mais não era considerado cidadão (com 90%), com isso sem direto de se posicionar. Aqui surgiram grandes filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles. Sócrates e Platão defendiam o saber o pensar. Ou seja, a partir do entendimento que tenho em me relacionar com outra pessoa eu aprendo, eu questiono, eu vivencio, nunca sabemos tudo, porque o conhecimento é algo que precisa aprimorar reconstruir ao longo do tempo histórico.

 Já Aristóteles traz a razão como elemento fundamental para organização da sociedade.

Educação Romana

 No que tange a educação romana, sua melhor representatividade temos na era de Quitiliano. Na época deste imperador a educação era dividida em três campos. 

Em primeiro lugar vinha a Dialética (as leis do raciocínio),
Em segundo, a Ética (as leis da justiça)
Em terceiro a Física.

 Na época de Quitiliano já havia uma pequena mudança na concepção de educação: [...] “Quanto ao menino que já adquiriu a facilidade na leitura e na escrita, o objetivo seguinte é a instrução ministrada pelos gramáticos”... Pois se trata não apenas da arte de escrever combinada com a de falar, mas também a leitura correta precede a ilustração e a essas estão ligado o exercícios do julgamento... 

“Também não basta haver lido apenas os poetas; todas as classes de escritores têm de ser estudadas, não apenas pelo assunto, mas pelas palavras que, frequentemente, recebem sua autoridade de escritores.” O estudo da educação é imprescindível para que possamos conhecer todo o processo em que se desenvolveu no atual estágio a educação e a própria sociedade brasileira. (Mayer1976)

 Aqui também a que se ressaltar que ao contrário dos gregos os romanos eram condicionados mais para assumir sua posição da máquina do estado, deixando em segundo plano o trabalho com a preparação do corpo, como faziam, por exemplo, os espartanos. A grande preocupação dos romanos era a formação de guerreiros, forma para a prática. A intenção dos romanos era a conquista e para isso acontecer eles teriam que se preparar e essa preparação começava muito sedo, a Criança (menino) ao completar os sete aos nove anos já começavam a ser preparado para ser guerreiro, afastando-o da mãe.

Para eles eram através das lutas que eles conquistariam mais e mais coisas. Portanto o período romano começa a trabalhar a questão de politica e de poder de estado. Surgindo então o curso de direito, justamente para se pensar o direito e o dever do cidadão.

CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS Professor – História

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ENSINO DE HISTÓRIA: SABER HISTÓRICO ESCOLAR;


Algumas afirmações são recorrentes quando se coloca em discussão o ensino de História e a formação de professores da disciplina para a escola básica. Documentos emitidos por historiadores ressaltam, por exemplo, a indissolubilidade dos laços entre o ensino e a pesquisa nos cursos de formação do professor de História. A pesquisa a que se referem, contudo, é a pesquisa acadêmica, que produz o conhecimento histórico, acadêmico, que pode ser destituído de qualquer relação com os objetivos do ensino de História. Por outro lado, a História a ser ensinada ou a que é apreendida pelos alunos não é considerada como um possível objeto de pesquisa. Subentende-se que a História como disciplina escolar prescinda de qualquer construção específica, pois é a divulgação e a difusão, em linguagem apropriada à faixa etária dos alunos, do conhecimento produzido nas universidades e outras instituições de pesquisa. Daí decorre que a produção de currículo não passa de listagem de conteúdos, listagem esta produzida seguindo parâmetros desta ou daquela Metodologia da História, que permita, contudo, que certas permanências se evidenciem. Urna dessas permanências sem dúvida é a periodização clássica, que depois de duas décadas de introdução dos eixos temáticos, vem presentemente retomando com muita força a tradição curricular. 

Pesquisas vêm mostrando distorções na formação histórica dos alunos. Conceitos históricos, como o de revolução, não expressam, em alunos do terceiro ano do ensino médio de escola pública, avanços de aprendizagem, mas denotam a permanência do senso comum e apontam importância maior das representações sociais que se constroem independentemente do ambiente escolar. Em outra pesquisa, em 5ª série de escola municipal de São Paulo, alunos afirmaram que a construção da História se faz por meio de vestígios, deixados pelas sociedades do passado. O historiador volta ao passado, segundo alguns alunos, utilizando uma máquina do tempo, segundo outros atravessando um portal e nessa viagem recupera os vestígios com os quais escreverá seus livros. Um aluno afirmou que os homens das cavernas eram historiadores, que voltaram ao passado e não conseguiram voltar. Parece claro que os meios de comunicação, como a televisão e o cinema deram uma importante contribuição para que os alunos elaborassem suas concepções de História e de tempo histórico. Os professores das turmas pesquisadas são o que podemos chamar de bons professores: formados por cursos superiores em universidades nas quais o binômio ensino-pesquisa é valorizado, são interessados, permitiram o desenvolvimento da pesquisa em suas aulas com muita boa-vontade, demonstram domínio do conteúdo, usam técnicas e recursos didáticos, como fotos, filmes e vídeos. Mantêm um relacionamento cordial com os alunos que se mantêm relativamente atentos durantes as aulas.

O conhecimento histórico escolar não pode ficar preso a análise de processos puramente cognitivos, independentes da vivência dos alunos, que lhes dá sustentação: o cognitivo é sempre sócio-cognitivo. Os alunos tendem a elaborar conceitos de acordo com sua experiência vivida e não formalizam o conhecimento histórico, se não tiverem a possibilidade de vivenciar movimentos e conceitos históricos, colocados em questão na sala de aula. Os indícios fornecidos pelos textos históricos sejam eles o texto expresso pelo professor ou do manual didático, se concretizam no momento em que outros elementos da aprendizagem entram em jogo, como analogia e a empatia.

Para se apropriar de conceitos e noções presentes nos programas e planejamentos escolares, os alunos procedem segundo uma categorização, organizada a partir do acontecimento mais próximo ou mais familiar. A partir de um protótipo, uma espécie de nível básico para uma compreensão mais sólida, as noções suscetíveis de enriquecer tal nível de conceitualização por processos figurativos e, sobretudo por analogias. Para compreender o papel do exército nas ditaduras da América do Sul, por exemplo, os alunos recorrem ao nazismo e ao fascismo, ou para compreender a sociedade do Antigo Regime, elaboram, uma grade social simplificada, nobres (ricos) e camponeses (pobres), multo semelhante à que lhes foi apresentada ao estudar a Idade Média. Uma boa escolha para situar socialmente os nobres e os camponeses, mas a mesma grade peca por omitir a burguesia. Os mesmos processos analógicos se notam na relação entre fatos do passado e do presente e não somente em relação a dois fatos do passado, próximo ou distante. Para abordar os temas propostos os alunos utilizam- -se de representações construídas na e fora da escola. Na medida em que os conceitos históricos são compreendidos pela sua relação com a realidade que o sujeito vivencia, ao procurar explicações para uma situação do passado à luz de sua própria experiência, mesmo sem apreciar as diferenças entre as suas crenças e valores e as de outra sociedade, revela já um esforço de compreensão histórica.

Tal esforço de compreensão se revela a partir das tentativas de analisar as fontes históricas, o que constitui um elemento fundamental na progressão do conhecimento histórico. Contudo, os alunos dão sentido aos materiais históricos ao utilizar elementos fornecidos por sua vivência atual, num movimento oscilante, no qual algumas vezes modos de pensar simplistas podem se alternar com explicações mais elaboradas. Aliado da analogia para a o desenvolvimento da compreensão histórica, o conceito de empatia facilita a compreensão histórica, ao aproximar as pessoas do passado às do presente. Há idéias e práticas do passado que oferecem explicações pouco satisfatórias se não forem analisadas na perspectiva da cultura, do sistema de valores e até o senso comum, num contexto material mais amplo, com o qual estão relacionados. O estudo do passado, utilizando as fontes nas aulas de História deve ser ancorado e contextualizado numa situação que faça sentido humano, obtido com a sua vivência e a experiência de aprendizado dentro e fora da escola.

A compreensão histórica vem da forma como sabemos como é que as pessoas viram as coisas, sabendo o que tentaram fazer, sabendo o que sentiram em uma determinada situação. A História como disciplina escolar não serve para “transformar os alunos em mini historiadores profissionais, como ironicamente questionou Peter Lee, mas pode começar a ajudá-los aperceber como as interpretações históricas são baseadas na evidência, que as explicações não são o mesmo que afirmações factuais singulares, e que está na natureza da história haver diversas versões do passado, embora nada disto signifique que a História é apenas uma questão de opinião.
 A formação histórica revela e define fundamentalmente os procedimentos da consciência histórica ou conhecimento histórico dando algumas indicações básicas sobre se dá essa formação: em todos os processos de aprendizagem que tem a história como objeto e que não se destinam, em primeiro lugar, à obtenção de competência profissional. Trata-se de um campo a que pertencem inúmeros fenômenos do aprendizado histórico: o ensino de História nas escolas, a influência dos meios de comunicação de massa e os fatores da vida humana prática (família, instituições e colegas), entre outros.  

Nesse campo se encontram além dos processos de aprendizagem da ciência histórica, todos os demais que servem à orientação da vida praticam mediante a consciência histórica. O conhecimento histórico é a principal ferramenta na construção dessa consciência histórica, que articula o passado com as orientações do presente e com as determinações do sentido com as quais o agir humano organiza suas intenções e expectativas no fluxo do tempo. Mas, é nas escolas que se estuda a História e onde se cruzam de modo comprometido o conhecimento científico e o conhecimento escolar, por que o ambiente escolar é privilegiado para que os alunos aprendam maneiras de pensar sobre o passado que deverão ajudá-los a se orientar no tempo, relacionando o passado, o presente e o futuro com suas vivências como seres temporais.
 As representações históricas que os alunos constroem emergem de determinados processos da vida humana prática, que interagem com o conhecimento escolar. Ao analisar as relações entre a História acadêmica e a História ensinada nas escolas, questiona-se não somente a ambigüidade do termo, como também a dupla face da História: de um lado, ela é construída pelo ensino, no sentido mais amplo do termo e por outro ela emerge da linguagem social. Ao enfatizar a ambigüidade, esse autor reforça as contradições que cruzam a função educativa da História e os jogos sociais e políticos dos quais ela é objeto. Ele não considera a História como uma disciplina já instalada na escola, pois mesmo que exista como “História oficial”, centralizada nas opções e conjunturas que constituíram a formação da nacionalidade, ela é, ao mesmo tempo, elaborada no meio social e por isso recebe uma tradução, na qual é condicionada por posições sociais e políticas. Sublinhar a ambivalência constitutiva de suas referências exige uma reflexão de natureza epistemológica sobre seus saberes e uma responsabilidade didática sobre sua transmissão. 

Encurralada entre um distanciamento crítico e inculcação social, o campo do conhecimento histórico é atravessado por desafios: a erosão manifesta da noção de História que exige um olhar distanciado para reabilitá-la; sua inserção social, que se situa em diferentes níveis (nacional, mundial e intercultural); a confrontação com outras disciplinas (como as outras Ciências Sociais, o Direito), que interroga sua capacidade de pensar o possível. Considerando-se que os conteúdos programáticos são feitos sob a sombra protetora da ciência acadêmica, que sem dúvida é sua referência mais visível, desconhecem-se outras referências mais sutis da disciplina escolar: a prática e a cultura escolar, as representações sociais, o material didático. Desconsideram-se, sobretudo, as relações entre a História e a vida prática, ou em outras palavras, para que serve a História ensinada nas escolas, que diferentemente da sua matriz acadêmica, tem como público aquele que não é necessariamente, um pesquisador, um historiador.

 A instituição escolar possui certa autonomia em relação à demanda social que legitima sua função. Os professores elaboram seus instrumentos de trabalho, suas modalidades de intervenção, suas práticas profissionais que constituem uma cultura própria da escola. A aceitação da existência de uma cultura própria da escola levou a aprofundamentos a respeito do ensino das disciplinas escolares e a formas pelas quais se apresentavam, originando a discussão sobre a transposição didática, isto é, a origem e a transformação do saber para que ele seja ensinado. 

As interações entre o saber acadêmico, cultura escolar e outros elementos componentes das representações sociais dos alunos e professores constituem a base sobre a qual se assenta o saber escolar. No interior de cada disciplina escolar, as pesquisas didáticas integram a reflexão epistemológica, para definir os conhecimentos relativos aos procedimentos e noções a serem desenvolvidas pelos alunos para que cheguem a um nível de conhecimento, às articulações entre conhecimentos procedimentais e competências nocionais para a resolução de determinadas tarefas em uma mesma disciplina ou em várias delas.
 Ao trazer as questões para nossas aulas de História e a organização curricular da História diferentes questões se colocam, pois se evidenciam a força do conhecimento acadêmico e as frágeis relações entre os currículos e programas, a cultura escolar e a vivência dos sujeitos escolares. Primeiramente, somos portadores de uma tradição que nos mantém como continuidade da civilização ocidental, que se iniciou no Oriente Médio, quando os homens inventaram a escrita. Acreditamos que, por isso, não podemos escapar de um ensino que não se organize pela cronologia e pela predominância da periodização clássica. A exclusão de Estudos Sociais e a reintegração de História e Geografia como disciplinas escolares geraram novas propostas curriculares, nos anos 1980. O surgimento de uma produção histórica que se pautava por críticas às formas então consideradas tradicionais e pela introdução de conceitos e categorias explicativas que até então eram desconsideradas forneceram o embasamento necessário para que os novos currículos e propostas se orientassem pela negação ao etnocentrismo, pela valorização do cotidiano como categoria explicativa e pela rejeição ao quadripartismo da História. 



domingo, 12 de julho de 2020

videos Cantinho da História

POSTAGEM 37



Introdução O que é HISTÓRIA




HISTORIOGRAFIA


ANNALES


MARC BLOCH E O OFICIO DO HISTORIADOR

Livro As Barbas do Imperador de Lilia Moriz Schwwarcz

POSTAGEM 36


AS BARBAS DO IMPERADOR
Lilia Moriz Schwwarcz

O monarca, que parte do imaginário popular como figura divina e abençoado por DEUS para liderar seu povo, é com certeza uma figura mais fascinante de ser estudado e observado, as barbas do imperador escrito por Lilia Morritz Schwarcz cumpre seu dever com a história, em ser uma fonte única de conhecimento e informação, sobre nosso período monárquico e inicio da república, a autora não poupa palavras, com nosso belíssimo português ela consegue fazer comparações e criar frases que marcam por serem tão geniais e sublimes, com constante interpretações de textos, gravuras, litogravuras e entre outros registros, nosso passado é escrito com toda a magia e pompa que antes reinavam sobre nossa pátria.
D. Pedro II se mostra uma das figuras mais impactantes da história, sua barba marca ás décadas de nossa realeza, como símbolo de amadurecimento e personalidade, cresce junto ao império, se torna grande e cinza com o fim da Guerra do Paraguai, se embranquece com a decadência da Monarquia, se torna totalmente branca no fim de tudo. D Pedro II ao redor dos tempos passa várias personalidades ao seu "império" o jovem que abdicou de sua infância pelo Brasil, o adulto que coincidiu a monarquia brasileira com nosso costume, especiarias e história com o indianismo, o imperador da guerra ao trocar suas vestes majestáticas por seu uniforme militar, o monarca cidadão e intelectual que mais uma vez, troca a majestade por uma imagem de messias, barba grande e jaquetão com relógio de bolso e um livro na mão, a historiadora reuni diversas histórias, textos e poemas de escritores famosos para um entendimento mais claro dos tempos do império, assim como capítulos de dicados aos modos, as tradições, os feriados e a nobreza fora da corte um dos melhores pontos desta obra é o uso de muitas imagens, registros visual sempre ajuda a entender o período, além de deixar o livro mais bonito e completo, outro ponto que gostaria de destacar são os textos escritos por pessoas que presenciaram a época e algumas festividades, a opinião destes nos ajuda a entender mais o Brasil Imperial. 

videoaulas de História com EDUARDO BUENO

POSTAGENS 35




O Cinema conta a História do Brasil




A industria que mudou o mundo


D . Maria a Rainha Louca




A unica Rainha Brasileira



O Banquete Antropofágico


O Gostoso Hans Staden


Bispo Sardinha na Ceia dos Índios Caetés


Índios  do Sul


Caramuru E Paraguaçu


Goitacás - A tribo Indígena mais Selvagem do Brasil


Os sete Povos das Missões Orientais



A Guerra Guanítica



Pinzón ; Descobriu mais não levou


O Descobrimento de Pedro Álvares Cabral



Pedro Álvares Cabral , no Esquecimento do Descobrimento



Capitães do Brasil



Capitanias Hereditárias


Bandeirantes



Raposo Tavares



Fernando de Noronha



Eduardo Pacheco Pereira, O Nobre Navegante



Cristóvão Jacques e expedições Guarda Costa



 História de João de Barros o Pai da Gramatica da Língua Portuguesa

Café com Notícia 19 de Fevereiro 2021

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